Após a confirmação de que ainda
somos o país do futebol – a incansável copa de 2014 – precisávamos de alguma
coisa que nos confirmasse que ainda somos o país da bunda ... precisávamos,
pois esse legado nacional já foi
encontrado, e é uma maravilha: o bonde
das maravilhas.
Exaltando o tipo de dança que
pode ser nomeado como rodízio de
churrasco (um pedaço de carne
pra qualquer um escolher e comer), o bonde das maravilhas continua a saga do
glamour inverso existente na cabeça de nossos jovens. Hoje em dia é legal ser vida loka, ser vasp, ser favela, ser sinistro, agora o foco é ter a bunda como cartão de
visitas.
É necessário salientar que
existem dois fatores que incidem nessa influencia: a falta de intelecto da nossa juventude e a popularização caricata da classe C. Uma coisa tem
muita relação com a outra. A mídia passou a vender o que era ridículo, como o legal. O rap plim plim
do alto do morro, o retorno da mulata e os vídeos onde uma bunda dança são,
agora, instrumentos da “realidade”
do nosso povo. Coincidentemente,
percebemos que a classe C é, depois do governo Lula, a classe que mais assiste
TV, mas isso é só uma coincidência.
Cada pedaço de bunda balançando cria uma geração de machistas do sexo
feminino e masculino, mas não se deve cobrar uma mentalidade tão profunda de
meninas com a media de idade de 16 anos, EXATAMENTE,
cada pedaço de bunda do bonde das maravilhas tem pouco mais ou pouco menos de 16 anos.
O
churrasco está servido, mas tenha muito cuidado se tiver vontade
de comer. Lembre-se antes que essa carne está temperada por toda uma péssima influencia social, pela ajuda a
degradação da imagem da mulher, pela
criação de novos misóginos e por uma
pitada de vergonha para um cenário
fonográfico que já não anda essas maravilhas todas. O bom senso está tão visível quanto o jato delas.