5° Nação Zumbi – O Velho James Browse já dizia
A ideia de criar um embate
entre bandas da mesma estética sonora não poderia ter dado tão certo. No duelo
entre Nação Zumbi e Mundo Livre S/A podemos levantar o caneco para a versão ska
de O Velho James Browse já dizia. A música não perde o seu teor erótico
tecnológico e ganha peso com os maracatus perfeitamente sincronizados e com a
voz fantasmagórica de Jorge du Peixe. Acredito que uma lágrima tenha caído do
olho esquerdo de Chico Science, ele deve estar muito orgulhoso.
4°
Emicida – Crisânteno
O rap nacional aprendeu que
não precisa ser essencialmente pessimista e recluso. Um dos professores dessa
nova forma de fazer rap é o Emicida, no entanto Crisânteno resgata essa linha
menos alegre e nos faz refletir sobre escolhas e caminhos. O violão que segue a
música te teleporta para a frente de uma lápide e coloca pessoas ao seu redor
chorando por uma vida que se foi. “A vida é só um detalhe” é a frase que o
Emicida repete penosamente para nos fazer entender que para morrer basta apenas
estar vivo.
O Macaco Bong tá nervoso!! Esse
pequeno hiato e os problemas com o Fora do Eixo serviram para que uma raiva se
condensasse nas mãos do genial Kayapi e que tudo isso transformasse na Black
Marroca. A fórmula é que sempre deu certo; uma música sem direções previsíveis,
guitarra para todo lado e distorção de estourar o tímpano. Que esse seja o
prelúdio de um terceiro álbum, pois já é impossível imaginar a música
brasileira sem a criatividade alternativa do Macaco Bong. Até breve.
Comece a viagem no tempo.
Rodrigo Amarante conseguiu extrair uma sonoridade perdida pelo espaço e pelos
estúdios da década de 60. Hourglass poderia, facilmente, ter sido um hitt de
qualquer banda começada com “The”. Seu sintetizador com som de abelha e seu
baixo duro dão um aspecto que parecia estar desaparecido da música nacional.
Tudo é muito perfeito, muito HD, acredito que isso tenha feito o ex-eterno-Los
Hermanos nadar em uma contramão fantástica. Por favor, parem a ampulheta.
1°
Tom Zé – Papa Francisco perdoa Tom Zé
Qual a melhor forma de calar a
boca dos revoltadinhos do “feicebuqui”? Gravando um CD e pedindo perdão para o
Papa? Não sei, mas essa foi a forma que o Tom Zé utilizou para dar um ponto
final da polêmica do comercial da Coca-cola. Um simples pedido de desculpas
resultou na melhor música de 2013. A participação dos criativos do O Terno
ajudou bastante no sucesso da música, mas a mente criativa e hiperativa do
velho Tom é o que faz a música funcionar em todos os suas nuances. Papa
Francisco, perdoa Tom Zé!