Passivo!?! Jamais, ativo até o talo. É lógico que não estou falando de
nenhuma predileção homossexual da minha parte, e sim, da minha
recusa de
ficar de braços
cruzados e
não agir quando eu tenho nas mãos o instrumento de revolução.
Entenda o caso:
Hoje,
pela manhã, eu e minha querida mãe fomos levar meu irmão até o aeroporto, pois
o mesmo estava voltando para São Paulo, cidade onde reside. Pela falta
de compreensão do
DETRAN, eu ainda não tenho um carteira de motorista, o que nos obrigou esperar
um ônibus para
voltarmos ao nosso lar. Ciente de que o ônibus iria demorar muito, nós estávamos tranquilos quanto
ao tempo de estimado; cerca de trinta minutos, com uma margem de cinco, para
baixo ou para cima.
O
ônibus não demorou,
quinze minutos depois ele estava lá, porém, o motorista estava saindo para, o
que parecia, um horário de almoço. Chegamos ao ponto às 14:00, o
relógio já marcava 14:40 quando fui perguntar ao motorista o porquê de toda
aquela demora. o mesmo me respondeu que o motorista que iria
substituí-lo não
havia chegado, mas que – aproximadamente – 15:15 ele
chegaria. Esperei pacientemente até
as 15:15, não tão pacientemente, é bem verdade, pois atrás de mim estava uma
senhora que
não cansava de repetir: “quando esse motorista chegar ele
vai ver!” “Isso não é coisa que se faça com um cidadão!” “Eu vou denunciar esse
motorista!” “O mal é que ninguém grita, aí eles fazem isso com a gente!”.
Às
15:25 eu e minha mãe subimos
no ônibus – pela porta da frente –
no caminho avisei o cobrador que eu não iria pagar pela passagem,
pois eu não tinha cara
de palhaço. O motorista chegou as 15:35 (sim,
eu esperei uma
hora e trinta e cinco minutos) ao som das minhas irônicas
palmas.
Todas as pessoas estressadas e revoltadas com aquele descaso substituíram a raiva por um sorriso e enfiaram as reclamações no c***, subiram no ônibus como se nada tivesse acontecido e sequer reclamaram com o motorista sobre o tal atraso. Lembra da mulher revoltada?! Pois bem, ela sentou na cadeira e seguiu a viagem toda muda. O que eu podia fazer para mostrar minha indignação eu fiz, o que resultou em um bate boca feroz entre o cobrador e eu.
Estamos
muito acostumados a tomar
sem vaselina e não reclamar. O pior é perceber que motoristas – uma
classe trabalhadora – também se colocam no patamar de sua
necessidade e se portam como um Deus fazendo favores mortais; nenhuma
mínima satisfação nos foi dada. Essas pessoas que não
reclamaram dos seus direitos devem estar agora em frente a TV
xingando políticos e se queixando de um país tão quito,
tão moroso. Se
continuarmos passivos, qualquer pessoa que se ache acima de nós, irá nos
pisar. Lembrem-se
que as formigas não tem nada contra as botas, mas ainda assim, não são
perdoadas. Ficar
na defensiva já se mostrou uma péssima estratégia, é hora de buscar o gol. Acorda
PORRA!!!!!
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