Não feliz em protagonizar uma patacoada maestral na “organização” do
primeiro lote de ingressos da Arena ITAIPAVA
Fonte Nova, a Bahia também é vanguardista no mais novo esporte bretão; o arremesso
de caxirolas. Criado pelo The Voice, Brown, o esporte consiste em
negligenciar anos de educação básica e esperar que uma população de autoeduque, somente pela presença de um
estado moderno, luxuoso, padrão FIFA,
onde as pessoas são proibidas de peidar e xingar.
O cidadão sai de casa, pisa
numa poça d’água, oriunda de um buraco no asfalto, suspeita da procedência
daquela água, pois o lixo na sua rua está acumulado há mais um mês, chega no
ponto, espera mais de 45 minutos para pegar um ônibus para o centro da cidade, pega-o
lotado, dividido em: Um crente se estourando seus tímpanos, alguém maldoso roçando
em um alguém indefeso e um funkeiro sem fone de ouvido. Ele pega um
engarrafamento inimaginável, pois é domingo e, teoricamente, tudo deveria estar
livre. Ao descer na Arena KAISER
Fonte Nova, ele, imbuído de toda aquela raiva e incluso na boa parte da
população que não tem acesso à educação de verdade, recebe um chocalho fantasiado
da casa do Bob Esponja; a tal caxirola.
O que é pior? A chuva de caxirolas ou as mãos lavadas do
governo? Esperar educação de um povo que mostra 24 horas que não é educado,
é a mesma coisa de pular de um avião com um paraquedas quebrado e esperar que ele se conserte no meio do caminho. Somos
um povo que buzinamos no engarrafamento, nossos médicos saem de jaleco pela
rua, nossos jovens insistem em perturbar a paz, só pelo gosto de perturbar a
paz, nossas meninas se nivelam através do quadradinho de oito... não é surpresa
que nossos torcedores protagonizem a patacoada em questão.
Não há nada tão ruim que não
tenha um lado bom, né?! Nesse
episódio, podemos tirar como lucro a proibição
eminente do abacaxi barulhento. Essa
moda de instrumento específico da copa é chata e desnecessária, né vuvuzela? Enquanto Brown, em posição fetal,
chora as mágoas do seu “invento”, a população brasileira espera qual será o
nosso próximo vexame mundial. A copa do
mundo é nossa, com o brasileiro não há quem possa.
5 comentários:
Acompanhei teu ponto de vista Shon, e há lógica nele.
No entanto, penso ser condescendência com a atitude de cada um relegar ao 'estado' o cerne da responsabilidade do que aconteceu. Dessa mesma forma, poderíamos atribuir outras culpas, sem nunca esperar nenhuma atitude da persona.
O cara ouvindo música sem fones no ônibus, o evangélico gritando, eu que não levantei para dar lugar ao idoso, são atitudes-reflexo não só da falta de educações várias, mas também [e, principalmente, penso eu] de uma muito pessoal.
Eu sei que é errado não levantar para o idoso, e o social faz vistas grossas quando ocorre isso no ônibus. Como também, eu tenho certeza, a audiência sabia, plena e conscientemente, que era incorreto atirar objetos no campo.
Não estou aqui dizendo que o estado é exemplar em suas funções, não mesmo. Só acho que não é o caso de sermos tão condescendentes com nós mesmos, a massa.
**educações várias, mas também [e, principalmente, penso eu] de uma muito pessoal.
Muito bom Shon ^^, impecável como sempre. E melhor que o artigo do nosso tão querido ex-presidente Lula.
Obviamente concordo com vc, Anderson ao dizer que: " o que o estado esperava?". Mas bato na tecla que a educação é tb um fato de responsabilidade familiar.
@luancobain
Postar um comentário