Serei curto e grosso: essa é
uma das imagens mais chocantes dos últimos tempos. Falo isso da minha ótica, do
que está perto de mim, nunca negligenciarei problemas mundiais, mas isso me
deixou bastante triste e pensativo. Odeio carnaval de rua praticado pela
capital baiana, ele é extremamente segregador, sendo apelidado, por este que
vos fala, de APARTHEID SOCIAL. Toda vez que eu olhar para o efeito preto e
branco, nunca irei achar que pudesse ter tanta “eficácia”.
O carnaval é uma festa criticada
por vários de seus foliões, o que me intriga bastante. Adoro ser coerente, mas
vejo que a sociedade baiana não está muito preparada para interpretar a
coerência. Por aqui, é bem normal você passar onze meses falando mal do
carnaval e passar o fevereiro na folia, na gandaia, curtindo a festa que você
tanto denigre. Acredito que homens que sejam contra o machismo, devam dividir a
conta, isso é coerência, se eu não gosto de pagode, não irei ao muquifest, isso
é coerência, se eu não gosto do carnaval, não irei ao apartheid, isso é
coerência.
Entre o coerente e o falso
revoltado tem aquela mínima desculpa, que é mais ou menos assim: “se não pode
com ele, junte-se a ele” ASNEIRA! Se não pode com ele, e entende que “ele”
ganha bastante, deixe-o, acredito que ideais são feito por concepções, pela
forma empírica que você lida com o mundo, com coerência. Quando ideais são
construídos e destruídos pelas mãos cruzadas, não são ideais, são fantasias.
Muita gente ganha com o
carnaval, ele é um investimento para a cidade, um festa que já tem sua
importância histórica, mas não significa que nós temos que aceitá-lo de
qualquer jeito. Xingar muito no twitter não resolve, mas ir pra gandaia também
não, pelo contrário, alimenta um monstro capitalista que fomenta a desigualdade
social e uma imagem que todo baiano odeia ter; O país do carnaval, né!?... que
jeito...
1 comentários:
O carnaval tem o poder de sintetizar em sete dias o que acontece ao longo de tantos anos. O quadro que se pinta nos traz a sofrida e lamentável constatação do óbvio que no dia-a-dia por vezes parecemos ignorar, esquecer ou o pior, talvez alienados, realmente esquecemos.
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