segunda-feira, 10 de agosto de 2009

É proibido adaptar

A década 2000 pode ficar marcada pelo boom de adaptações no cinema. Prova disso nos deu o a premiação dos melhores filmes de 2008 (também chamada de Oscar), tendo uma lista bastante parecida de possíveis premiados à melhor filme e à melhor roteiro adaptado. O triste é que do grande número de filmes nascem de quadrinhos, desenhos, livros e outros poucos deles respeitam seus antigos fãs, fazendo o expectador ir ao cinema, única e exclusivamente, pelo fato de poder ver seu personagem favorito de carne e osso.

Usaremos então quatro filmes, de quatro vertentes distintas, pra ilustrar essa minha indignação por adaptações, são eles:

G.I. Joe (comandos em ação), X-Men Origem Wolverine, Street Fighter – A Lenda de Chun-Li e Dragon Ball.

Obs: Deixaremos as adaptações de livro para um outro post

Aproveitando o frenesi da estréia de G.I. Joe, nós utilizaremos ele como nosso primeiro alvo, juro que serei bonzinho, pois fui um grande colecionador dos comandos em ação (linha de brinquedos que fez grande sucesso na década de 90) e por eu ainda ter um deles na mesa do meu computador ^^.

G.I. Joe é um ótimo filme, seus efeitos especiais e seu dinamismo o fazem um belo longa metragem, o que é diferente de ser uma boa adaptação. Armaduras biônicas são utilizadas nas cenas de luta, dando um ar muito futurista a uma linha de bonecos que se baseava em uma época de guerra a moda antiga. Imaginamos que se a linha de brinquedo tivesse colocado essa armadura (inexistente) a venda, eu só precisaria comprar um boneco, equipá-lo e dizer aos meus amiguinhos que eu tinha vários deles, só que todos usavam a armadura, assim no natal minha mãe poderia ter me dado presentes diferentes. O filme só peca quanto a este futurismo exagerado, mas não perde em nada, é um ótimo filme e a LostMachine aconselha todos a irem ver. Se não gostarem eu devolvo a grana do ingresso (me filiei ao Activia =P).

Perceberam como estou bonzinho hoje? Acabou agora, pois X-men Origem Wolverine conseguiu desagradar gregos, troianos e qualquer outra civilização que presenteie ou seja presenteada com cavalos. O filme consegue errar em tudo, têm um péssimo roteiro, atuações pífias e, pasmem, efeitos visuais totalmente primários, deixando a mostra que as garras do nosso anti-herói favorito foram feitas com a mesma tecnologia da novela Mutantes (que usa a mesma tecnologia do Chaves e assim vai). A aparição de personagens como Gambit, muito esperada nos outros filmes de X-Men, não agrega nada ao filme e a explicação bizarra de como Wolverine perde a memória é a cereja do bolo.

A década de 90 (lá vai eu falar de novo em décadas) nos “amaldiçoou” com uma versão de Street Figther em longa metragem produzida pelos estúdios hollywoodianos. Nesta versão o Tenente Guile passa a ser o personagem principal, só por que seu país no jogo é o EUA, o que me leva a crer que se o Brasil produzir um filme de Street Figther a fera Blanka será o protagonista, mesmo ele não tendo a capacidade de falar. A nova versão, A Lenda de Chun-li, que ainda não estreou no cinema, (eu admito que baixei ilegalmente e assisti, quem não faz isso que jogue a primeira pedra) tem tudo para desagradar de novo, pois mais uma vez eles esquecem que Ryu e Ken são os protagonistas, investem em uma história vazia e escolhem atores que em nada se parecem com os personagens do jogo e, pasmem, (de novo) Taboo do Black Eye Pies viverá o grande rival de Chun-Li, o mascarado Vega. Quem foi que teve essa idéia? E quem foi que incentivou? Quantas pessoas jogam Street Fighter ouvindo Black Eye Peas? É... vamos pro próximo.

Dragon Ball, é de longe a adaptação mais esperada entre os fãs de anime, todas as tardes de Band Kids voltaram as rodas de conversa quando saiu a informação da adaptação de uma das séries mais bem sucedidas na história da animação japonesa, mas como dizem, a expectativa é a mãe da decepção e mais um filme de se jogar no lixo e esse eu faço questão de apontar erro por erro, vamos a eles:

Goku é ocidental e nerd (no desenho ele é burro pra caramba e Japonês)

Picollo é da cor de uma maça verde (e não da cor de um limão)

Mestre Kame aparenta ter uns quarenta anos (no desenho ele parece ser um pouco mais novo que a Hebe)

Uma ajudante desconhecida segue Picollo o filme todo (Será Tomb Raider? Não mesmo, a Angelina Jolie tem muito bebê para amamentar)

Ozaru é um macaco de dois metros e meio, no máximo, e Shen Long é um lagarto (ambos são gigantescos)

Além de péssima adaptação, Dragon Ball é um péssimo filme, de roteiro embolado, drama mal elaborado e desfecho de romance pior ainda.

Para vocês que acharam que eu fui muito parcial, irei agora fazer uma lista com adaptações e darei meu julgamento a elas, e vocês podem dar o seu nos comentários, ok? “E lá vamos nós”

Homem-Aranha: Todos os três foram horríveis

X-men: Bons filmes e péssimas adaptações

Hulk: O primeiro me lembrou o Shrek nervoso o segundo eu ainda não assisti, mas tenho boas referencias dele.

Mulher-Gato: Ridículo, não vou me dar o trabalho de comentar, próximo...

Demolidor: Tão bom quanto Mulher-Gato

Batman: Perfeito, ótima adaptação, o Cavaleiro das Trevas é um dos melhores filmes do mundo, sem nenhum exagero.

Motoqueiro Fantasma: Até o Nicolas Cage, protagonista do filme, disse que ele era ruim.

Constantine: Bom filme e péssima adaptação

Super-Man: Ele carrega uma montanha e joga no espaço, eu preciso falar mais alguma coisa?

Homem de Ferro: Sensacional, atuação esplendida Robert Downey Junior.

Transformers: Filme extremamente embolado, gastaram tanto com efeitos visuais que se esqueceram de contratar um roteirista.

Sin City: Muito bom, histórias entrelaçadas com maestria e inteligência, parabéns.

Watchmen: Simplesmente Perfeito.

Elektra: Medonho

Quarteto-Fantastico: Eu prefiro qualquer um da Sessão da Tarde

Chegamos ao fim da analise de nossa Maquina Perdida a essas infelizes adaptações, que estão muito mais perdidas que nós. É como diz o coelho risonho “Quem não tem pra onde ir, qualquer caminho serve” e o cinema internacional nos mostra que realmente está indo para onde o nariz não aponta, se é que vocês me entendem.