quinta-feira, 19 de maio de 2011

"A mente é como um pára-quedas. Só funciona se abri-lo." (Frank Zappa)

"...Estão me colocando numa sala com um giz e um quadro para salvar o Brasil?" Me respondam: Quantas vezes você já ouviu que as crianças são o futuro da nação? Quando eu era criança eu acreditava nisso, até parar de ser o futuro e me perguntar onde está o presente. O passado ainda está na vista e nos bolsos de todos os engravatados que passaram por Brasília e repetiram o discurso sobre a mudança do país através da educação. O que foi feito para tal?

Esse é um debate uniletarel, pois – abertamente – ningém tem coragem de abrir a boca e dizer que é mais urgente investir na construção de novos prédios à investir na educação de todos nós. O Brasil foi adestrado para se fingir de morto quando ver o caos dando as ordens; vivemos a época que professores e alunos são inimigos e a filosofia “te pego na saída” deixou de ser utilizada contra roubos de lanche, para seguir ao patamar de “tem certeza que a senhora vai me reprovar?”

O assunto educação voltou ao foco popular após a professora Amanda Gurgel discursar sobre o ambiente precário, a omissão dos políticos e a baixa remuneração dos professores do Rio Grande do Norte, mas isso pode, facilmente, se estender para o resto do Brasil. Só é triste pensar que tudo isso ganhou menos alarde do que a morte de Elisa Samudio, o ônibus 174 e o sequestro de Eloá. Sempre noticiamos a tragédia, mas esquecemos de ensinar a resolução delas. É melhor previnir do que remediar, mas o Brasil parece ter uma farmácia com estoque infinito.

O tempo passa e nós continuamos o país em que jovens visam se tornar juiz, mas olham para a profissão de professor com repulsa; alguém já percebeu que nós pagamos melhor para quem pune do que para quem educa?! Agora eu sei por que todo futuro da educação acaba no presente.