quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Lista das 10 Melhores Músicas Nacionais de 2010


E mais um ano se vai e o Lost Machine continua a ferro e fogo resistindo todas as invasões hackers e todas as ameaças de morte por celebridades enfurecidas com os texto de Anderson Shon (exagerar não é mentir). Há uma maneira de tornar tudo que foi dito antes em realidade: Ao lançar a lista dos melhores de 2009, Anderson Shon recebeu um enxurrada de elogios e críticas que o motivaram o suficiente para ele repetir a dose em 2010. Podem se deliciar com a lista das 10 melhores músicas nacionais de 2010.
Obs: Quero deixar claro que a contribuição mais impressionante de 2010 ao mundo da música foi o Plastic Beach do Gorillaz, porém, a maior decepção também vem do grupo virtual e a obsseção de Albarn em gravar um disco em um Ipad, resultando o fraquíssimo The Fall.

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10º Nina Becker – Poliéster Tropical

Que vontade de ficar deitado no sofá, lendo encarte de cd e tomando o vento frio da janela na sola do pé. Essa é a sensação que Nina Becker me dá ao emanar sua linda voz na belíssima Poliéster Tropical. A versão azul e vermelha da Nina agradou muito os fãs do MPB feminino, mas Poliéster Tropical consegue agradar aqueles que levantam a bandeira do paz e amor, das Kombis coloridas e dos banhos de lama. Eu não sei qual é a melhor matéria prima, mas a melhor canção feminina de 2010 com certeza é de Nina Becker.

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9º Mombojó – PaPaPa

Os power rangers pernambucanos atendem pelo nome de Mombojó. Isso foi revelado no clipe de Papapa. Assumo, não é a melhor música do belo cd, – Amigo do Tempo – mas Papapa foi trilha sonora de um dos melhores clipes do rock nacional. A música é boa, só não é surpreendente, igual ao vídeo. Se eu posso ressaltar algo, é o seu final, aquele riffizinho me fez ficar tocando a mesma coisa no violão por horas. Voltando ao clipe, tudo é extasiante; as cores, a coreografia, o gordinho sem a camisa do Sport. Mombojó, é hora de morfar.

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8º Tentrio – Bairro Sujo

Se tem algo que ficará marcado no ano de 2010 é o surgimento de ótimas bandas instrumentais no cenário underground. Movidas pelo rastro criativo e independente do Macaco Bong, essas bandas não tem medo de experimentar e nos propiciar um som autoral e, quase sempre, perfeito. É o caso do Tentrio. Bairro Sujo emite um clima extremamente caótico de pós-guerra. Sua guitarras passeiam entre os ouvidos, seu baixo é sólido como uma rocha e sua bateria demonstra o enorme virtuosismo de Thiago Jende. Feliz estamos com este leque de bandas instrumentais à nossa disposição. Morte aos vocais! (brincadeirinha =D)

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7º Cabeza de Panda - Melhor que eu

Se tem uma coisa boa em bandas de base é que elas antes de serem bandas são amigas. O quesito ego some, pois este é internalizado pelo líder, que normalmente utiliza – bem ou mal – bastante ele. Talvez isso explique a qualidade do Cabeza de Panda. Formado por músicos consagrados no cenário carioca, o Cabeza mostrou no seu cd de estréia uma incrível congruência sonora que pode ser explicada pelos anos de convivência de estrada como banda do Marcelo D2. Melhor que eu reúne tudo que uma boa canção de rock precisa; Um riff melódico e grudento, um refrão porrada e uma letra cafajeste, que conta a história de um homem procurando razões para convencer a todos que a traição é necessária. O nome e o som da banda ainda estão desconexos, pois Cabeza de Panda é um nome péssimo.

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6º Os Gutembergs - Sistema Nervoso

Para que serve um reality show no Brasil?

A)Para aumentar o arsenal imaginário da puberdade brasileira?

B)Para criar novas pseudo-celebridades?

C)Para montar uma banda incrível com composições sensacionais?

Acertou quem escolheu a letra A e B, porém, Os Gutembergs quebraram esse paradigma. Vencedores (ao lado de Jhonny and the Hookers) do Geléia do Rock, a banda demonstrou uma quantidade impressionante de boas composições e uma sintonia que só se ganha depois de anos de estrada. Sistema Nervoso tem um dos refrões mais grudentos de toda história, além de uma excelente harmonia entre violão e guitarra. A letra é um diferencial a parte, muito bem escrita pelo pernambuca Mateus Toreão, que divide os vocais da música com a bela Luisa Cazé. É amigos, vocês acalmaram o sistema dos reality shows, objetivo alcançado.

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5º Caldo de Piaba - Moliendo Café

O chimbinha teve filhos e eles, tal qual o complexo de ... eles superaram o mestre e mostraram ao Brasil uma vertente interessante ao estilo instrumental. A guitarra paraense fica latente no estilo do Caldo de Piaba, porém, sem cavalos mancos e sem cabelos jogados, o trio consegue dar uma frescor interessante e jovial ao estilo. Moliendo Café é impressionante, a banda está em sintonia perfeita e isso faz da música uma ótima pedida para o dj’s que compõem os espaços em casas de show. Arraste o sofá e deixe o corpo te levar (isso é mesmo um elogio?) ao som de Moliendo Café! Eu fiz isso e foi bem legal.

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4º Holger - Let'em Shine Below

Se os garotos do Holger tivessem nascido em Salvador já estariam figurando os trios elétricos que arrastam multidões. Paulistas de origem, o quinteto que faz um curioso “axé alternativo” se destacou pelas múltiplas funções de seus integrantes e pelo coral presente em boa parte das músicas que compõem o álbum “sunga”. Let in Shine Below é a terceira música do álbum e a ultima a ser composta, talvez por isso ela traga a aura de alegria que envolve as músicas do Holger. Seu tecladinho e seu swing “mão pra cima” fazem qualquer multidão, regada a Ivete Sangalo, balançar. A banda é ótima e Let in Shine Below é o cartão de visita perfeito para a inserção definitiva do Holger na cena underground nacional. Muito axé pra vocês.

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3º Fresno – Revanche

Quem diria? Finalmente o Fresno quebrou as correntes e nos agraciou com um som que faz jus a qualidade dos seus músicos. Revanche expõe toda a influência do Muse em cima da banda gaúcha. A pegada rock n’ roll os rendeu uma participação bastante elogiada no Video Music Brasil e a atenção de muitos rockeiros com aversão ao estilo emo. Baixo bem alinhado, guitarras no Power metal e a bateria condensando uma das pegadas mais pesadas que poderiam sair da banda. Muito bom, continuem assim (aí já é pedir demais).

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2º Supercordas – O céu sobre as cabeças

“Antes que o céu desabe sobre as cabeças” eu devo dar o mérito a uma das melhores músicas de 2010. Harmonia vocal, riff, barulhinhos e – principalmente – a letra. Na terra dos mortais o Supercordas faz o bom e velho “Ruradélica”, estilo atribuído a banda por misturar elementos rurais a um atraente rock com bases no público do Woodstock. Não posso deixar de salientar que “saiba que um monstro horrendo de doze cabeças é melhor que um monstro sem cabeças para acertar” é uma das metáforas mais inteligentes de todos os tempos. Fica a mensagem.

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1º Otto – Crua

O performático Otto impressionou a todos que esperavam mais um cd só para constar na discografia underground da cena pernambucana. “Hoje acordei de sonhos intranquilos” é surpreendente. O ótimo cd lhe rendeu apresentações no SWU e no Video Music Brazil (não que esse último diga muita coisa). 50% do bicho pode ser repassado ao single Crua. Os arranjos de corda e o belo sotaque do cantor contracenam de forma bela com a letra pouco trabalhada e com o singelo palavrão encontrado. Isso não é uma crítica negativa, fazer o bom de forma simples é bastante complicado e Otto conseguiu abrilhantar o nosso ano com a melhor música de 2010.

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