terça-feira, 2 de abril de 2013

Que Maravilha!

Após a confirmação de que ainda somos o país do futebol – a incansável copa de 2014 – precisávamos de alguma coisa que nos confirmasse que ainda somos o país da bunda ... precisávamos, pois esse legado nacional já foi encontrado, e é uma maravilha: o bonde das maravilhas.

Exaltando o tipo de dança que pode ser nomeado como rodízio de churrasco (um pedaço de carne pra qualquer um escolher e comer), o bonde das maravilhas continua a saga do glamour inverso existente na cabeça de nossos jovens. Hoje em dia é legal ser vida loka, ser vasp, ser favela, ser sinistro, agora o foco é ter a bunda como cartão de visitas.

É necessário salientar que existem dois fatores que incidem nessa influencia: a falta de intelecto da nossa juventude e a popularização caricata da classe C. Uma coisa tem muita relação com a outra. A mídia passou a vender o que era ridículo, como o legal. O rap plim plim do alto do morro, o retorno da mulata e os vídeos onde uma bunda dança são, agora, instrumentos da “realidade” do nosso povo. Coincidentemente, percebemos que a classe C é, depois do governo Lula, a classe que mais assiste TV, mas isso é só uma coincidência.

Cada pedaço de bunda balançando cria uma geração de machistas do sexo feminino e masculino, mas não se deve cobrar uma mentalidade tão profunda de meninas com a media de idade de 16 anos, EXATAMENTE, cada pedaço de bunda do bonde das maravilhas tem pouco mais ou pouco menos de 16 anos.

O churrasco está servido, mas tenha muito cuidado se tiver vontade de comer. Lembre-se antes que essa carne está temperada por toda uma péssima influencia social, pela ajuda a degradação da imagem da mulher, pela criação de novos misóginos e por uma pitada de vergonha para um cenário fonográfico que já não anda essas maravilhas todas. O bom senso está tão visível quanto o jato delas.