segunda-feira, 14 de maio de 2012

Desabafo de Shon





Passivo!?! Jamais, ativo até o talo. É lógico que não estou falando de nenhuma predileção homossexual da minha parte, e sim, da minha recusa de ficar de braços cruzados e não agir quando eu tenho nas mãos o instrumento de revolução. Entenda o caso:

Hoje, pela manhã, eu e minha querida mãe fomos levar meu irmão até o aeroporto, pois o mesmo estava voltando para São Paulo, cidade onde reside. Pela falta de compreensão do DETRAN, eu ainda não tenho um carteira de motorista, o que nos obrigou esperar um ônibus para voltarmos ao nosso lar. Ciente de que o ônibus iria demorar muito, nós estávamos tranquilos quanto ao tempo de estimado; cerca de trinta minutos, com uma margem de cinco, para baixo ou para cima.

O  ônibus não demorou, quinze minutos depois ele estava lá, porém, o motorista estava saindo para, o que parecia, um horário de almoço. Chegamos ao ponto às 14:00, o relógio já marcava 14:40 quando fui perguntar ao motorista o porquê de toda aquela demora. o mesmo me respondeu que o motorista que iria substituí-lo não havia chegado, mas que – aproximadamente – 15:15 ele chegaria. Esperei pacientemente até as 15:15, não tão pacientemente, é bem verdade, pois atrás de mim estava uma senhora que não cansava de repetir: “quando esse motorista chegar ele vai ver!” “Isso não é coisa que se faça com um cidadão!” “Eu vou denunciar esse motorista!” “O mal é que ninguém grita, aí eles fazem isso com a gente!”.

Às 15:25 eu e minha mãe subimos no ônibus – pela porta da frente – no caminho  avisei o cobrador que eu não iria pagar pela passagem, pois eu não tinha cara de palhaço. O motorista chegou as 15:35 (sim, eu esperei uma hora e trinta e cinco minutos) ao som das minhas irônicas palmas.


Todas as pessoas estressadas e revoltadas com aquele descaso substituíram a raiva por um sorriso e enfiaram as reclamações no c***, subiram no ônibus como se nada tivesse acontecido e sequer reclamaram com o motorista sobre o tal atraso. Lembra da mulher revoltada?! Pois bem, ela sentou na cadeira e seguiu a viagem toda muda. O que eu podia fazer para mostrar minha indignação eu fiz, o que resultou em um bate boca feroz entre o cobrador e eu.

Estamos muito acostumados a tomar sem vaselina e não reclamar. O pior é perceber que motoristas – uma classe trabalhadora – também se colocam no patamar de sua necessidade e se portam como um Deus fazendo favores mortais; nenhuma mínima satisfação nos foi dada. Essas pessoas que não reclamaram dos seus direitos devem estar agora em frente a TV xingando políticos e se queixando de um país tão quito, tão moroso. Se continuarmos passivos, qualquer pessoa que se ache acima de nós, irá nos pisar. Lembrem-se que as formigas não tem nada contra as botas, mas ainda assim, não são perdoadas. Ficar na defensiva já se mostrou uma péssima estratégia, é hora de buscar o gol. Acorda PORRA!!!!!