segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Humbug

Me diga o que lhe vem a cabeça quando eu falo em quatro jovens de cabelos arrumados, ingleses e tocando um rock n’ roll de deixar todo mundo de queixo caído? Sim, poderia sim ser os Beatles, mas sua resposta está errada, pois eu estou falando da maior revelação de todos os tempos no universo rock, o Arctic Monkeys. Eles cresceram, seus cabelos já não estão mais arrumados e seu terceiro disco perde qualquer intenção de rock adolescente demonstrado nos dois anteriores. A Lost Machine ouviu meticulosamente e gostou tanto que resolveu repartir esta obra prima com vocês. É hora do rock.

Liderada pelo criativo Alex Turner, o Arctic Monkeys se mostrou precoce desde o dia do seu nascimento. Com apenas17 anos o jovem montou a banda e dois anos depois já colhia frutos de sua popularidade conseguida através de demos distribuídas em seus shows. Em 2005 a banda lançou dois compactos simples (“I Bet You Look Good on the Dancefloor” e “When The Sun Goes Down”) e os dois foram direto para o topo das paradas britânicas.

Ainda sem muita aceitação norte-americana os Monkeys lançaram seu primeiro álbum, o Whatever People Say I Am, That's What I'm Not, que só confirmou a genialidade dos rapazes em produzir ótimas canções indie. Alex Turner sempre se mostrou fã do The Stroke e sua música é claramente influenciada pelo estilo da banda, isso ficou mais latente em Favourite Worst Nightmare, segundo álbum da banda, que teve aceitação mais significativa entre os norte-americanos e total devoção na Inglaterra.

O terceiro e melhor álbum da banda é o que realmente impressiona. O Arctic Monkeys se isolou no deserto da Califórnia para gravar o disco, contando com a produção ilustre de Josh Homme (podemos deduzir que este é o disco de Jesus produzido por Deus). Humbug (nome do Cd) já começa mostrando para que veio, sua segunda faixa (primeiro single do disco), Crying Lighting, demonstra através de riffs e melodias vocais o quão maduros os rapazes ficaram, seu clipe reforça essa idéia transformando os quatros jovens em velhos lobos do mar. Dangerous Animals, Dance Little Liar e Potion Approaching são sombrias e experimentais na medida certa e trazem linhas melodicas mais baseadas na virtuose, algo que é claramente influenciado pela produção de Josh Homme. O Arctic Monkeys sempre teve a recita exata para fazer boas baladas e com Humbug não foi diferente. Fire And The Thud e The Jeweller’s Hands são lindas canções e reforçam o amadurecimento visível da banda, mas se você é xiita e adora o velho (só na expressão mesmo ^^) e bom Monkeys a faixa Pretty Visitors nos faz lembrar que eles ainda são jovens, cheios de energia e que o objetivo simples de se fazer boa música é a vontade de ver todos na pista dançando ao som de sua melodia.

Humbug é de longe o melhor Cd da banda, o que me deixa muito feliz e ansioso em ver qual será o próximo passo desses jovens (“jovens amadurecidos”) ingleses. Tenho certeza que os Beatles estão felizes em saber que seu país cria bandas como os Monkeys e com a mesma certeza digo que eles não estão muito satisfeitos com a versão em arrocha de Let It Be. Vamos ficar só com os Arctic Monkeys que nós ganhamos mais.