sábado, 13 de novembro de 2010

A importância social das atrizes pornô.

O ENEM ainda está vivo na minha mente, não apenas por ter me feito perder um final de semana - que resultou numa bola de nevetamanha que se concluiu em uma sinusite aguda – mas também pelo tema de sua proposta de redação;Dignidade no trabalho.

Enquanto eu e meus nobres pensamentos tentávamos chegar ao conceito de dignidade, pensei: “não é possível que o ENEM esteja dizendo a milhões de mentes em formaçãoque os trabalhos organizam-se de forma vertical, onde sua hierarquia é baseada em algum aspecto de organização social.” O único aspecto que essas mentes iriam pensar é? É?! É...?! Remuneração. Porém, baseado nisso temos Galvão Bueno ganhando mais que o nosso presidente Lula. Será que narrar (torcer) jogos do Flamengo é mais importante que tomar decisões para uma nação?!

Foi então que eu desisti e resolvi negar o tema, apontar o dedo para o INEP e dizer: “a dignidade se origina da educação, o trabalho pouco tem haver com isso”. A partir daí minha cabeça gerou uma discussão bastante inusitada de SHON VS INEP.

- Não existe trabalho indigno e vocês não podem colocar mentes em formação em risco por causa desse pensamento mesquinho. – Disse Shon com raiva no olhar.

- Claro que existe! O problema é que somos hipócritas e queremos esconder tudo com panos quentes. Respondeu o INEP sem baixar a guarda.

- Existe!!! – Exaltou-se Shon – Liste-me por favor. O pedreiro é indigno? O padeiro é indigno? O gari é indgino? Eu e você necessitamos de casas, pão e cidade limpa. Então não venha com essas baboseiras.

- E as atrizes pornô!? Elas servem para quê? – Perguntou o INEP com ar de quem já ganhou a disputa.

- Ahhhhh!!! Entendi aonde você quer chegar. Saiba doutor INEP que a iniciação sexual de vários jovens é dada por essas moças que você não consegue ver serventia alguma. Imaginemos: se toda primeira vez é uma porcaria, mesmo com a “experiência” dos filmes de sexo, imagine sem eles? O auto-conhecimentoé uma prática que permeia uma fase bem importante para vida de todos os humanos. A masturbação – ou punheta, ou bronha, cinco contra um, pegar de barreira, entortar a cabeça do palhaço, enforcar o judeu... – é recomendado por dez entre dez sexólogos. Se você no alto da sua hegemonia não consegue perceber que toda nossa ação é reprodução de algo que queremos para nós, ou não queremos, então nunca conseguirá ver importância nas coisas que parecem menos valorizadas, mas são somente menos entendidas. Na minha humilde opinião, indigno mesmo é ter um ano para se fazer uma prova e enchê-la de erros primários. Tenho certeza que em um filme pornô, o que tiver de ser amarelo, será amarelo, mas nunca virá trocado, nunca de outra cor, muito menos pelo vermelho, pois este estraga qualquer cena.

1 comentários:

Thiago Magoo disse...

Concordo e discordo ao mesmo tempo.

Concordo por acreditar que não há trabalho indigno.

Mas discordo na sua interpretação do tema. Acredito que o INEP queria falar sobre condições mínimas de trabalho. Como a não aceitação de abuso de horas extras ou trabalho insalubre sem sistemas de segurança e proteção ou trabalho infantil etc.